sábado, 14 de janeiro de 2012

Consciência Alimentar












Maria J Fortuna

Vi uma criança de colo, no supermercado, comendo um saco de batatas fritas. Mergulhava a mãozinha no saco forrado por uma folha de alumínio, fazendo aquele barulhinho irritante. E suas bochechas ficavam salpicadas de sal. A mãe fazia compras para casa. No balcão do caixa, estavam as mercadorias compradas pela mãe, para suprir sua despensa. Então, eu vi talvez um quilo de carne vermelha, três garrafas de óleo de girassol, alguns sacos de miojo de diversos sabores, umas três caixas de leite, algumas garrafas de Coca-Cola, poucos legumes e frutas. Ainda, pacotes de gelatina, arroz branco, feijão fradinho.
Como sempre acontece, a tristeza invadiu meu coração. Lembrei-me de quantos obesos vi pelo caminho. Dos hospitais repletos de pessoas com câncer, das pessoas com fibromialgia e doenças cardíacas, dos hipertensos, ainda jovens, e pessoas cometidas de outros males, que ignoram o que está se passando no planeta. Não foram condicionadas desde a infância a ingerir alimentação sadia, ou foram informadas, mas não processaram o que aprenderam tardiamente. E daqueles que não tem condições financeiras para comprar comida sadia, sem agrotóxico, e se entopem de alimentos cheios de sal, carne bovina ou suína, sem saber a procedência, guloseimas cheias de açúcar, e os que comem carne de ave e ingerem um arremedo de galinha, pato ou peru... Ignoram que tais animais são continuamente torturados para produzir mais ovos e ganharem mais peso para o abate.
Pensei, também, de quando me conscientizei a respeito da importância da saúde do corpo, depois de duas pneumonias e oito cirurgias. De como desrespeitei os limites do meu corpo e ignorei seus milagres. Como demorei a dar importância ao mais precioso da minha existência na Terra, responsável pelo bem estar que traz equilíbrio e harmonia. De como deixei de dar graças pelos legumes, frutas e verduras que a terra me oferece com tanta gratuidade! De como meu corpo lutou para chegar até aqui contra todos os venenos que ingeri. Lembrei-me da minha fase de alcoolismo e fumo, conjugados, todas as vezes que encontrava a Turma. E de que preciso, agora na terceira idade, dar mais repouso a este punhado de ossos, músculos, nervos e órgãos que, pelo andar da carruagem, já estão bem mais frágeis, mas que guardam um espirito tão forte e rejuvenescido como nos anos de infância e mocidade. Acho que este é o maior desafio da velhice: o corpo cansado, enrugado, menor, guardando um espirito ativo, cheio de curiosidade, bem maior do que dantes.
Então, resolvi que vou começar a batalha contra tudo o que fiz com ele, meu corpo, no passado, procurar uma boa nutricionista para ajudar-me no processo de restauração, antes que minhas células sigam o destino daquelas dos meus antepassados, que por sinal comiam comida mesmo. Então estou indo, sem ligar muito por estar um pouco acima do peso, pela altura, mas com essa proposta e enorme preocupação ecológica, procurar Luciana Ayer em fevereiro. Isto depois que assisti ao seu Seminário na UNIPAZ (Universidade da Paz). Esta moça corajosa, de um conhecimento profundo do que significa a consciência alimentar, deixou-me impressionadíssima com seu jeito peculiar de desmistificar tudo o que não é comida e que nós, seres da Terra, estamos ingerindo. (Deixo abaixo endereço de um site que contém vídeo de uma de suas palestras).
Porque somos um universo e não percebemos. Todo respeito a este veículo que carrega nossas emoções, sentimentos, capazes de nos tornar cada vez mais quem somos.
Tenho me trabalhado muito para não deixar que a tristeza tome conta de mim, quando vejo uma criança comendo um saco de batatas fritas industrializadas e outros tipos de “alimentos” que agridem o corpo e dificultam a manifestação da alma no mundo, levando as pessoas à morte prematura. Não há como querer controlar o mundo, mas é bom fazer nossa parte.


2 comentários:

MJFortuna disse...

Maria Lucia Vasconcelos, por email:


Mariinha
Ler o que escreve é de tal modo agradável para mim que toda vez que vou ler a nova crônica leio pelo menos as duas outras que antecederam...mesmo quando você denuncia e se envolve na própria, é de tal forma doce que eu me sinto envolvida pelo que você diz e por sua pessoa também...Mais que parabéns!!!!!!!!!!!, você me acalenta ,beijos malú

MJFortuna disse...

Luciana Ayer, por email:


Sublime sua crônica sobre nutrição, minha querida! Quanta clareza, Maria!
Estou te esperando de braços abertos, coração cheio de amor e a mente cheia de dicas para te auxiliar em sua jornada. Mas, desejo principalmente aliviar seu coração das angústias sobre a forma como a alimentação é feita no mundo atual e lembrar-te que o despertar virá a cada um no devido tempo que lhe cabe.
Gratidão por esta mente brilhante e por compartilha-la conosco. Abraço terno! =)

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