segunda-feira, 27 de julho de 2009

Filme recomendado.

Uma beleza de filme! Um poema! Preciso dizer mais?

O Pequeno TraidorPalestina, 1947. Israel acaba de se tornar um estado independente. Proffy Liebowitz (Ido Port) é um menino judeu de 12 anos que almeja o dia em que as forças de ocupação inglesas deixem sua terra. Ao lado de dois amigos, está sempre pensando em algum plano para aterrorizar os ingleses, até a noite em que é surpreendido na rua depois do toque de recolher pelo oficial inglês Dunlop (Alfred Molina). Em vez de reprendê-lo, Dunlop leva o garoto até em casa e, mas semanas seguintes, os dois desenvolvem uma relação de amizade. Denunciado às autoridades locais pelos próprios amigos, Proffy é considerado publicamente como traidor

Mulher de 50 ou mais...



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domingo, 26 de julho de 2009

O homem que não veio...



Maria J Fortuna

Faltavam três anos para seus oitenta anos... Durante seu aparentemente longo período de vida, tal como a descoberta de pérola dentro da ostra, reconheceu a si mesma, em repetidos dias e noites de lucidez em sonhos recorrentes, mas que tinha consciência de que, àquelas alturas, não serviam para mais nada. Era alto o preço de não mentir para si mesma. Com isso abriu mão de ser juíz dos outros. Estava quase que completamente tranquila em sua loucura. Aprendeu a ter paciência com as ranzinzices do companheiro e seus roncos noturnos, com as queixas da filha e os rebuliços dos netos. Reconheceu, entre outras coisas, que seus limites não permitiram que ousasse mais do que havia feito ao procurar o amor. Mas uma coisa que despertava sua impaciência eram pensamentos intrusos, invasores, atrevidos de que, tal qual vento volúvel, erguiam o lençol que cobria sua ferida maior ao sopro de suas lembranças. Quase oitenta anos e seu homem não tinha vindo. Certamente não era aquele que reclamava de tudo durante o almoço e cutucava seu corpo para que o satisfizesse no sexo em longos anos de convivência. Nunca nenhum filho havia desconfiado que as constantes lágrimas que se remexiam, presas a seus olhos, não eram das dores da idade, mas do cansaço daquela espera. Para quem iria contar que seu maior sofrimento era porque seu homem não tinha vindo? Seria até ridículo na sua idade... Mas era verdade. Por causa disto resolvera frequentar um centro espírita. Lá havia esperança de que, na próxima encarnação, o encontraria. Esta era a grande esperança! Não podia ser católica ou protestante. Morreria sem oportunidade de estar fisicamente com ele.
Quanta vez, pré-adolescente, ficava às espreitas olhando pela fresta da porta para ver se o reconhecia em algum amigo do pai ou irmão. Onde estaria seu homem? De repente, ele poderia surgir na esquina da rua, quando saía, despretensiosa, para fazer alguma compra ou ir ao cinema. Poderia estar numa festa de quinze anos, num batizado ou até num velório. O mais angustiante é que ele existia dentro dela, mas não se deixava mostrar. Não acontecia, mas ficava ali oculto, amornando seus sonhos... Mas ela certamente o reconheceria pelos olhos, poços brilhantes, negros ou coloridos, que deixavam a alma exposta. Mas só para aqueles que sabem decifrar seus segredos. Como seria ele fisicamente? Não precisava vir de armadura, montado num cavalo branco como o Parcifal de Wagner. Nem com a beleza de Alan Delon. Mas ela agradeceria se fosse um pouco parecido com Charlton Heston. Na realidade , poderia ser o que fosse: branco, preto, marrom, menos amarelo, porque os olhos seriam muito apertados e ela não teria chance de constatar se seria ele mesmo, o homem com quem caminhasse de mãos dadas e pudesse confiar tanto que acabasse por despertar a verdadeira mulher . Essa mulher escondida dentro dela, que a fazia reclamar seu homem. A bendita ou maldita não a deixava em paz, mesmo perto dos oitenta anos... Havia apenas um consolo: dentro dela, escondido, feito pistilo de lírio, ele nunca haveria de abandoná-la.




terça-feira, 21 de julho de 2009

Se alguem viu o filme indicado abaixo, gostaria de saber comentários a respeito, ok?

Se quiserem enviar por email: mjfortuna@terra.com.br

sábado, 18 de julho de 2009

Filme recomendado.

Este é o retrato da verdadeira India da época de Ghandi. Ouvi falar que a tradição quanto as viúvas continua existindo nos grupos conservadores. Uma beleza de filme!

Às Margens do Rio Sagrado
(Heaven on Earth)Índia - 2008
Aos 8 anos de idade, na Índia dos anos 30, Chuyia não é apenas casada, já é viúva e nunca conheceu o marido. De acordo com a tradição, Chuyia é enviada para uma casa que acolhe viúvas, uma casa onde elas são obrigadas a ficar isoladas da sociedade, até o final de suas vidas, sem que possam se quer voltar a casar no futuro...

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Encantação



Desenho de Anilton Prêto



Maria J Fortuna

Talvez nem tenha sido ele que, entre as cobertas, tenha vivido com tanta intensidade aquele momento com paixão transbordante. Parecia outro homem! Nunca dantes havia sentido tal fusão entre o corpo e a alma, como no encontro do rio com o amar, do sol com chuva. Água se entranhando pelo solo adentro, matando totalmente o desejo, a sede de muito tempo.
Não podia imaginar que ela, sua companheira de folguedos, havia desatado os nós da alma e deixasse gozo escapar pela boca de amora. Lembrava dos dois, meninos, escapulindo pela cerca do quintal, colhendo urucum para pintar o rosto de chamas vermelhas, brincando de guerreiro que salva a mocinha. No rompante de alegria ela se desnudava inocente, atirando-se nas águas encrespada do rio Mearim. Não havia sequer sinal de puberdade em seus corpos. Todos aqueles anos , lembrava, haviam sido soterrados, docemente, pelas areias dos lençóis maranhenses. Agora ela era a Mãe D Água, cantada pelas tias em noite de tempestade. Mas não tinha nada de peixe. Era totalmente gente e, melhor do que tudo, mulher! Destilava no ar um perfume de angélica com sapotis, hálito de flor com canela. Tinha o frescor da bebida cor de rosa que era servida nos aniversários de sua infância. O sabor do momento mais parecia licor de abricó, quando sorvido gota a gota, prometendo, cada vez mais, prazer em sua degustação.
- Vem Zeca, vamos achar uma concha diferente! Gritava a pequena Duda correndo pela praia com seu corpo moreno.
Fazia tempo que a alegria não soprava em seu coração, o desejo de tornar-se sua hóspede. Naquele momento havia todo um sentimento de unidade, como se dia e noite houvessem se fundido. E nos fios dos cabelos de Duda, deixassem seu recado de beleza.
Corpos entrelaçados na rede que balançava suavemente, Zeca lembrava o batizado da boneca, quando ele foi o padre e os docinhos de coco com leite condensado, que a criançada saboreava. A menina lambendo os dedos, carregando a boneca nos bracinhos roliços, gritava no canto da sala:
- Vem Zeca, vem ver o filho diferente da cabra!
“Como és formosa e encantadora, ó delicioso amor! Teu talhe assemelha-se a uma palmeira, e teus seios a cachos. Teu hálito como a fragrância das maçãs, tua boca, como vinho generoso.”
Talvez Salomão tivesse realmente amado tanto aquela mulher para escrever seu Cântico dos cânticos, pensava ele, enquanto sua amada dormia aconchegada a seu peito. Ali estava sua anima, sua promessa de completude, seu repouso dos dias difíceis. Como havia acontecido o amor de gente grande entre eles? Talvez fosse naquela noite em que o clarão da lua, refletiu em suas pupilas negras, as cores do bumba-meu-boi na última festa de S. João. Maria Eduarda, sua Duda, dançando, sacudia seu vestido de chita, abanando a fogueira e... Ele ficou encantado! Encantamento sempre acontecia naquelas noites de festa. Nas batidas do tambor e no silencio do seu coração, ouviu:
- Vem Zeca, experimentar um amor diferente...

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Para os meus leitores queridos

Perdi um tio muito querido, e estou indo para Belo Horizonte para ficar perto da familia neste momento difícil. Por isto só posterei nova crônica na têrça feira que vem.
Desejem-me boa viagem

Abraços

Maria J Fortuna
Esta noite acordei com uma Luz dentro do coração que dizia:

Ninguém pode compreender o sofrimento se algum dia não foi feliz. E ninguém pode encontrar significado para o sofrimento, se não houver a possibilidade de ser feliz novamente.

Maria J Fortuna

domingo, 5 de julho de 2009

Deixem o menino em paz!


Maria J Fortuna

Coisa muito mais triste do que a morte e sepultamento do ídolo Michael Jackson, é ver a mídia dando noticias, sem parar, sobre os aspectos mais íntimos da vida do ídolo e a mobilização da multidão em torno do acontecimento... Depois de exposta a vida devassada da família Jackson , chega notícia do mega enterro. Vi, ontem, em manchete nas bancas de revista, o preço do caixão estampado, sem o mínimo escrúpulo! O enterro vai ser um espetáculo muito maior do que qualquer uma de suas apresentações! Fico me perguntando... Por que estas pessoas fazem tanta questão de ver aquele corpo inerte, macerado, tão surreal como foi sua vida? E tem inscrição e sorteio para participar do fúnebre show!
Michael, menino perdido nele mesmo, pássaro ferido dentro de sua gaiola de ouro, tudo que queria era brincar com a vida, com os filhos, com as crianças do mundo inteiro! Sempre o senti menino triste, escondido em suas fantasias coloridas. Até sua sexualidade me parecia infantil. Nunca conseguiu manter um relacionamento amoroso. Tinha dentro de si o eco das frustrações passadas, etapas importantes da vida saltadas, períodos que deveriam dar-lhe base, segurança afetiva para viver. Tudo que ele queria era amor e paz. Não foi reconhecido como criança e jovem, apenas como o genial astro pop. Não foi acolhido, mas apenas reconhecido pelo pai como semente de sucesso e, logicamente, fonte de dinheiro. Todo mundo ficou sabendo que o espancava e explorava ao mesmo tempo. Como showman faturava milhões, mas como ser humano era difícil conseguir um grama sequer de afeto verdadeiro. Em sua imaturidade aplicou mal seus dólares e se endividou. Quanto mais modificava o rosto, mais distante de si mesmo se colocava. Uma luta inglória contra sua verdadeira aparência.
Gostaria de pedir o que parece impossível, à multidão de fanáticos, imprensa e rede televisiva, que deixem o menino em paz na sua Terra do Nunca! Que aproveitem este episódio triste da criança que se abrigava na ilusão dos medicamentos anestésicos, para refletir sobre o vazio em que a sociedade ocidental capitalista de consumo coloca estes astros e estrelas, transformados em ídolos. Tudo que ele queria era esquecer esse vazio, a imensa solidão em que vivia sua alma em estado infantil num mundo adulto, muitas vezes perverso. Que acolham este ser humano, tão sofrido, num lugar confortável de sua memória. Que procurem lembrar, apenas, de sua dança inédita, o jeito de cantar com a inconfundível voz juvenil, retirando e colocando o chapéu como príncipe de estórias de fada. Finalmente, que reflitam sobre a loucura coletiva que se debruça sobre o corpo de alguém que lutou desesperadamente contra a própria identidade real. Pensem nas crianças, filhos dele , que parecem personagens inventadas, para participar da história de vida de um ser meio duende, meio gente, que encantou o mundo inteiro. Sou uma voz que pede: deixe o menino em paz!

sábado, 4 de julho de 2009

Quem sou eu

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Sou alguem preocupado em crescer.

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