terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Quem sabe você vai curtir este blog?



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ORAÇÃO A SANTA TERESA D' ÁVILA
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Nada te perturbe,

nada te amedronte.

Tudo passa,

só Deus não passa,

a paciência tudo alcança.

A quem tem Deus nada falta.

Só Deus basta!




 

domingo, 19 de janeiro de 2014

Graciela, uma paixão!



 
Maria J Fortuna


       Não demorou muito para que suas sementes germinassem em meu espirito. Ali, naquele palco, poesia viva movimentava-se aos meus olhos e conquistou-me, definitivamente, o coração.   Aquele saber, que parecia muito antigo e ao mesmo tempo completamente novo, estava-nos sendo transmitido através do ritual coreográfico de Graciela, que era abençoada por alguns, que entravam em estado de graça logo que assistiam a seu espetáculo, e amaldiçoada por outros, que estranhavam tal ousadia e despojamento, sem fantasias ou qualquer outro recurso cenográfico. Havia em sua dança coragem e luminosidade.  Difícil de compreender a principio, por causa do rompimento de padrões vividos na dança, até então. Da minha parte, aprendi a meditar quando em minha mente ela aparecia, em primeiro em primeiro plano,  dando abertura ao imaginário.
                Eu estava diante desse vulcão de corpo alto, musculoso, com aspecto andrógeno, vestido quase que por trapos, deitando chispas luminosas no espaço cênico, ao som de Haydn. Contudo sorria ao dançar, aquele sorriso meio que maternal. Estranhas contradições! E, que privilégio! Iria ter aulas com ela! Isso em época de máxima insensatez, quando parte da América Latina estava em regime de ditadura militar. Só que Graciela não tem fronteiras e mergulhar em sua onda, é entrar na pulsação de amor, que transcende qualquer tipo de ideologia. Para mim ela surpreendia e me deixava perplexa. Muito  mais do que diante dos enormes avanços de Isadora Duncan e Martha Graham.
O que eu tinha sentido naquela noite não era estranho a outros alunos da Escola de Dança Marilene Martins, onde fiquei por cinco anos, fazendo aula com Dorinha Baeta, Dudude Hermann, Fred Romero, que nos trouxe a técnica Martha Graham, Bettina Bellomo e outros. Eu costumava viajar para o Festival de Dança anual de Ouro Preto, quando tive aula com Rodrigo Pederneira, coreografo do Corpo e com outros bailarinos contemporâneos de fora do Brasil.  Mas chegando aos trinta anos, não tinha o desempenho das alunas de vinte, nem um passado de dança na infância.  O que me movia era o amor àquela arte, pura e simplesmente.  Mas com o aparecimento de Graciela no cenário, esqueci-me de todas as dificuldades que tinha para memorizar movimentos e o sentimento de estranheza inicial evoluiu para o encantamento ao ver alguém dançar sua própria verdade,  seus sentimentos, conduzindo  os demais bailarinos e o espectador  para o autoconhecimento e conexão com algo muito superior à sua própria realidade em  plenos anos de chumbo. Ela era um poema vivo encima do palco e nas ruas de Belo Horizonte e Rio de Janeiro quando fundou o grupo Coringa
Cheguei a cair numa espécie de transe, em suas aulas, onde caminhávamos traçando uns oito imaginários no chão, símbolos do infinito. Finalmente eu me dava liberdade para improvisar, já que tinha dificuldades para acompanhar os movimentos do grupo. Na verdade nunca participei de nenhum deles. Os grupos de dança são para jovens bailarinos profissionais, bem trabalhados tecnicamente. Quando tive oportunidade de participar de um bale teatro, por causa da minha comicidade, fui excluída pela diretora da Escola, por causa da idade.  Mas fazendo as aulas com Graciela, e assistindo sua dança, sentia que tinha corpo e que ele não tem limites no espaço concedido para tal. Aprendi a apreciar as musicas de Bach, Vivaldi, Haydn e por último Wagner.  Cheguei até a compor uma pequena coreografia para os alunos da Escola Técnica Municipal com a Sagração a Primavera de Stravinsky.
Mas Graciela foi, não só uma paixão para mim, mas para quase todos os amantes daquela arte sagrada na época. Sou uma das testemunhas da geração de 1970/80, quando ela surgiu revolucionando a dança, com toda força, encantando os corações que se abriam para recebê-la.
Agora temos um pequeno livro intitulado Graciela e o Grupo Coringa,  de autoria de Giselle Ruiz que relata o trabalho que esta estupenda bailarina vem realizando pelo mundo a fora.

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Rotina


Obra de Maria J Fortuna




Maria J Fortuna
A mesma coisa de sempre... Remédio em jejum, café da manhã,  jornal,  telefonemas,  saída para ir ao Banco,  compras,  pintura apressada,  leitura dos e-mails, hora do dentista, da aula, do lanche da tarde,  jornal na TV, novela, remédio da noite, sono, cama.  No dia seguinte começa tudo de novo, quando o que eu quero na verdade é ouvir o canto do galo na madrugada, sentir cheiro de terra, tomar café na hora em que bem entender, passar as manhãs escrevendo crônicas e poesias, comer alimentos saudáveis sem agrotóxico ou sacrifício de animais, cuidar do cachorro, dos gatos (quero ter vários) e plantas, descansar um pouco numa redinha de algodão feita lá no Maranhão, passar a tarde pintando, ver o pôr-do-sol, depois a lua e as estrelas, conversar perto de um fogão de lenha em tempos chuvosos, dormir no silêncio interior e exterior. Ou ser convidada a pegar uma estrada ou embarcar num avião, sem data para retorno, partindo para um lugar quieto, onde há mar ou montanha, em que eu possa expressar todos os rebuliços da alma através da arte! Mas as circunstâncias só me permitem por hora, viver aqui, neste apartamento nesta cidade grande.
Na época de calor, mormaço no Rio de Janeiro. Com isso, aumenta-me o desejo de sair de uma rotina cansativa e atender aos apelos e impulsos próprios da natureza humana, sem dar satisfação a ninguém. Mas, na maioria das vezes, a pressão das circunstâncias e a dificuldade financeira tornam inviável a concretização deste sonho. E a vida segue de forma linear. A rotina é linear: os altos e baixos parecem ser sempre os mesmos, com percurso monótono e o desejo de mudança arrefecido dentro do peito.  Fatos naturais como crescimento, velhice e morte, ficam mais pesados na cidade grande, onde o tempo parece campeão de corrida que não deixa espaço para nenhum outro evento. 
Difícil é conviver no dia a dia com essa inquietação interior provocada por   contradições e conflitos, enquanto escorregamos aqui e acolá em nossas escolhas.   Difícil também é cumprir uma agenda com o que realmente nos interessa, quando outras obrigações nos são imputadas, tal como priorizar o que não nos faz felizes.  Creio que não há como cumprir uma agenda positiva, tornando a rotina um peso em nossas vidas. Renovar é crescer, transformar. Trazer novidade: nova idade pode ser uma das soluções.   Não é bom rotineiramente falar das mesmas queixas, a vitimização, o discurso pobre que não leva a nada, acusações, mentiras, jogos, etc...  Haja paciência para com nossas próprias imperfeições, erros, dissabores, exigências inúteis, gafes, perfeccionismos etc.  Isso nos exige autoconhecimento e tolerância.   Não só para com o outro, mas em relação a nós mesmos.
 Em nossa rotina, há sempre  um  fio que nos prende a um afeto difícil de se lidar.  Pode ser por causa do laço de sangue ou um amor profundo que não queremos abandonar. Aí temos que redobrar a paciência e não alimentar muitas ilusões ou expectativa de mudanças, e aceitar o outro como ele é sem julgá-lo.  E rever nossa forma de lidar com ele.
 No meu caso, diante da rotina em que não consigo priorizar o que realmente me interessa, o mínimo que posso fazer é fechar os olhos à noite e dar graças a Deus pelo apartamento em que moro, a alimentação que não me tem faltado, os amigos que de vez em quando aparecem para bater um papinho ou sugerindo um passeio.  A grana que ainda tenho para ir ao cinema, teatro e cuidar da saúde, pois já perdi muitos amigos na minha idade e mais novos que eu, com doenças horríveis como mal de Parkinson, câncer, Alzheimer, derrame, e outros bichos que me assustam mais que a hora da morte.  A bênção maior é quando me deito na cama para dormir. O cheiro dos lençóis macios e os quatro travesseiros tentando preencher um vazio.  O apagar temporário da mente na vigília maluca do cotidiano traz sonhos que nada têm de rotineiros, fazendo-me cair na misteriosa dimensão do inconsciente. E isso é bom, porque dali  muitas revelações nos mostram o que verdadeiramente está acontecendo
O desafio maior é o fazemos com essa rotina.  Não creio que a rejeição por ela possa nos levar a algum lugar. Não adianta trovejar e relampear para sair da armadilha externa em que nos colocamos. Sempre me lembro de São João da Cruz quando foi preso num cubículo escuro por oito meses, pela “Santa Inquisição” e, naquelas circunstâncias, compôs seus mais belos poemas! E sua alma nunca foi tão livre! E foi assim que aconteceu com Mandela e outros “prisioneiros” especiais! Então, quem sou eu para reclamar dos dias que se repetem...
A rotina definitivamente não nos torna menos criativos.  Claro que em contato com a Natureza, Van Gogh criou sua Noite Estrelada!  O espírito criador fala mais alto nessa santa comunhão com a Natureza. Mas a criação é fruto de qualquer  momento e independe de lugar. Paciência...   Quando não existe  possibilidade de mudança no ambiente,  há o exercício da liberdade interior, que não pode ser roubada por ninguém! Haja vista Mandela em seus quarenta anos de injusta prisão.
Eliza Lucinda apresenta um espetáculo interessantíssimo chamado Quem tem medo da rotina.  Se ainda tiver em cartaz, não perca!
Enquanto as penas das asas estão presas ao corpo e a compaixão for maior do que nós mesmos, o jeito é viver cada dia como se fosse o último, retirando de nós o que existe de melhor na arte de expressar os sentimentos em suas múltiplas formas. Essa é uma forma de colorir a rotina e torná-la bem mais leve!



domingo, 5 de janeiro de 2014

 Maria J Fortuna
 
 
 
Nessa noite de insônia
 
Maria J Fortuna
 
 
 
 
Deus me ajude nesta intolerável ansiedade em banhar-se de cores, buscando com o corpo e espirito, formas que me explicam e traduzem a expressão de minh´alma...
 
Na escuridão da busca de mim mesma, quadrados, cubos, círculos e retas aparecem, entremeadas nas mais variadas formas de sentir os imaculados contornos da vida
 
Mal posso respirar quando consigo de um borrão, brotar uma forma que se esvai ao toque do pincel e se dilui ao nascer.
 
É meu romance com as cores que se inicia. Arrebata-me, consumindo-me frente ao que se mostra.
 
Sombra e luz de mim mesma!

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Sou alguem preocupado em crescer.

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