sábado, 31 de julho de 2010

Norália de Mello Castro e seus novos lançamentos


Norália nos brinda com duas novas produções: Passos na Eternidade e Apenas Viva. Ambos serão lançados na Bienal Iternacional do Livro de São Paulo, dia 22 de agosto de 13,30 às 16,00. O convite está sendo feito pela REBRA (Rede de Escritoras Brasileiras) e Grupo Editorial Scortecci.
Sinto-me honrada e feliz em prefaciar Passos na Eternidade. Recomendo aos leitores de Artes e artes
PASSOS NA ETERNIDADE / Norália de Mello Castro
Eis o prefácio do livro:

“A imaginação é a visão da alma,” já dizia Joseph Joubert. E como é bem dotada de imaginação, a escritora Norália de Mello Castro! Em cada conto que escreve, a gente sente sua capacidade de metamorfosear a matéria prima dos seus contos – o realismo duro, pungente, impiedoso, em algo carregado de lirismo!Seu conto Elefantismo é bem o exemplo disso. A moça deformada pela doença, que lhe trás desproporções corporais descomunais, sendo vista por ela através da famosa escultura, posta em frente do Banco do Brasil, em Belo Horizonte. Em Regresso à Rue Varenne, 54, enquanto o relógio bate, ela se transporta para aquela rua, em Paris, onde com sua imaginação galopante, relata uma instigante história de amor, ao visitar a casa onde estão as esculturas de Rodin, história esta que enfoca o tempo e o seu inexorável caminhar: “As sutilezas do ontem estão projetadas aqui nessa energia que começou a ser desprendida dos relógios”.Em “As laranjas que voam”, a autora viaja neste mesmo tempo e revive o colégio onde estudou, com riqueza de detalhes, quando de repente surge um fantasma, uma amiga daquela época, que insiste em revê–la. Aí está novamente o elemento surpresa, que nos faz viajar do passado para um presente cheio de indagações. A ludicidade no arremesso das laranjas, torna–se, então, pano de fundo para uma realidade nua e crua. Daí por diante em outros contos e crônicas mais ela se mostra versátil e surpreendente!Gosto de ver como a escritora cria uma sucessão de episódios em que busca, nos seus personagens, a fragilidade e o desafio do ser humano, em suas crises existenciais. São estas figuras que vêm do inconsciente, com caráter verossímil, algumas com dificuldades de expressar-se, que seduzem o leitor. As sutis pinceladas de erotismo enriquecem ainda mais o texto, deixando transparecer a velha ânsia de amar e ser amado neste mundo cheio de frustrações e desafios.Norália, apesar do seu estilo subjetivista, domina a arte de escrever, conseguindo traçar um perfil nítido de seus personagens, não rompendo o compromisso com a clareza. São contos que nos levam à reflexão e, muitas vezes, à evocação de fatos da nossa vida, que foram reproduzidos em seus textos. É muito prazeroso ler estes contos e crônicas, quando sentimos que foram escritos com agudeza de inteligência e muita sensibilidade.
Maria de Jesus Fortuna Lima

Momento poético


Para ampliar clique na figura

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Dançando sentimentos




Maria J Fortuna

12 de abril de 1978.
Doces angélicas perfumavam o ambiente, enquanto uma chama ardia no canto da sala, perto do espelho que reproduzia sua luz. Havia muitas outras flores enfeitando o ambiente. Estávamos ali, numa sala de Yoga em BH, esperando nova apresentação de Rolf, o feioso e genial bailarino alemão, que escrevia mensagens com o corpo. E elas transmitiam tal beleza, que tudo que importava era não deixar que nenhum dos seus movimentos se perdesse aos nossos olhos. O verbo dançante expressava as luzes do coração naquele moço magro, alto e silencioso, de andar manso, que agora abria os braços e o recolhia, lançando-os para cima e para baixo em arcos melódicos, explorando o espaço exterior e interior. Havia linguagem de sofrimento e de alegria presentes. Os cabelos de Rolf movimentavam-se como crina de cavalo em trote acelerado. Vestia apenas uma calça azul claro e dançava descalço. A platéia silenciosa estava completamente extasiada!
Refletindo sobre o acontecimento, sinto que tornar o corpo belo na dança, é propósito do coração. O milagre ocorre quando em perfeita comunhão da alma com o Mistério. Logicamente em estado de criança, quando permite a transparência do ser, que aí se torna visível para os que tem olhos de ver. O movimento que brotava daquele corpo, expressava o que ía dentro do seu ser. Em cada gesto, a presença sutil das emoções. Dançar a saudade, o conflito, o desespero, era algo inédito para todos nós na escola de Yoga e das outras tradicionais com danças coreografadas. Os bailarinos ficavam estupefatos e encantados com as apresentações de Rolf Gelewski. Até então, só conhecíamos a revolucionária Isadora Ducan, que quebrou as regras do clássico. Nós, da dança contemporânea, conhecíamos Martha Graham. Mas ainda havia coreografia na dança de ambas. No entanto aquele bailarino alemão, corajosamente, deixava o coração falar mais alto e se perdia no perigoso caminho da liberdade! Corpo, espaço e tempo... Silêncio meditativo. Havia uma relação harmoniosa entre o som e os movimentos. Rolf dançava sua poesia:
“Dá tua Luz/dentro deste corpo/Dá/Rogo Tua Força/Rogo/Dá/Sê/Tu mesmo/Este Corpo.”
O acesso ao trabalho pedagógico e artístico de Rolf Gelewski é muito difícil. Grande parte está contida na memória poética daqueles que conviveram com ele. Textos e apostilas estão dispersas nas mãos dos ex-alunos. A Casa de Sri Aurobindo, nome do seu Mestre, na Bahia, tem uma coletânea de alguns dos seus textos. Ali está sua contribuição teórica quanto a métodos didáticos, com grande grau de aprofundamento e detalhamento nas questões essenciais, para ensino e criação em arte. Não existe trabalho de divulgação destas obras. Temos apenas um livro didático de sua autoria: Ver, Ouvir e Movimentar-se. Outras publicações estão em revistas daquela época, mas sua obra carece de uma pesquisa intensa, para que seja resgatada. Afinal Rolf era um bailarino incansável, contribuindo para a formação de outros grupos de profissionais. (Informação conseguida através da tese de Juliana Cunha Passos: “Rolf Gelewski: da improvisação estruturada à dança criativa e espontânea”, UNICAMP)

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Empatia



Maria J Fortuna

Quando assisti ao filme “A vida secreta das abelhas”, uma magnífica película, que mostra tão bem o que é estar num sistema racista e ser vítima dele, chamou-me atenção uma personagem vivida por Sophie Okonedo, uma moça negra chamada May Broatwright, que sofria de excesso de empatia. Ao receber notícias boas ou ruins das pessoas que amava, identificava- se de tal forma com o sentimento delas, que toda a alegria ou sofrimento vividos por aquelas pessoas, tomava tão imensa proporção, que a deixava totalmente possuída por eles. Assim foi até que seu irmão desapareceu de casa. Tudo indicava que tinha sido torturado e morto pelos brancos racistas. A notícia do desaparecimento foi ocultada dela pela família , que imaginava o que poderia acontecer quando ela tomasse conhecimento. Mas logo a moça ficou sabendo de tudo e desapareceu, suicidando-se num rio. Deixou um bilhete, pedindo perdão pela sua incapacidade de aguentar o provável sofrimento do irmão, entregue aos que o odiavam pela cor da pele.
Existem muitas Mays, que desde criança, se identificam excessivamente com os sentimentos das outras pessoas ou mesmo com os animais e plantas. Sentem as dores de um touro nas touradas da Espanha, ou quando se referem a um ser humano sendo agredido, torturado, segregado ou a outro tipo de situação lamentável. Há que uma intolerância irrestrita à violência. Este é o meu caso. Não tanto quanto o de May, mas quase tão sofrido quanto.
Fico pasma de como a TV brasileira divulga, incansavelmente, as feridas que ardem e pululam nas tragédias brasileiras, envolvendo a família da vitima e do assassino, com exaustiva repetição dos fatos. A mídia está pouco se lixando para a sensibilidade dos que não suportam mais tais notícias. Quem irá se deliciar com elas? Aqueles que vão pra rua esbravejar seu ódio embutido, à procura de um bode expiatório e dão um horroroso espetáculo de decadência, mostrando aos olhos do mundo uma massa inteiramente alienada pedindo o sangue dos culpados? Para eles não importa o que sentem os outros. A cada noticiário, a ferida é novamente exposta como no lamentável fato da menina, Isabela Nardoni. Agora vai render o caso do goleiro Bruno, até que tudo se esclareça, ou não. Tudo isso é socialmente aceito e as minorias que engulam seu sentimento de empatia.
Quem são estes seres que trago para a página dos meus textos, senão aqueles vindos das alegrias e dores que vivenciamos diariamente? O palco está sempre armado para uma nova história começar. Criamos nossos personagens vindos do panelaço da alma, onde uma bruxa disputa com um anjo a posse da grande colher, que mistura temperos que salgam ou adoçam nossos corações. Para isto, o papel da empatia é indispensável. Não é necessário mais do que a luz e a sombra que existem dentro de nós. Só a sombra cansa...
Não importa se crianças estão presentes assistindo a estes noticiários, manhã, tarde e noite, ou a existência dos excessivamente empáticos como May. Não há cuidado nem respeito para com essas pessoas. O desfile é de mau agouro. De gente desestruturada acontecendo todos os dias na telinha, no centro das nossas salas ou nos quartos de dormir. A TV vomita cenas das misérias que se passam por aí. Entre uma má notícia e outra, a cara alegre dos que são pagos para vender um determinado produto, estimulando espírito de consumo da população. Contrastam com as cenas chocantes que se sucedem.
Estamos famintos de boas noticias. Seria um bálsamo para os dias difíceis saber que algo de bom acontece no mundo. Mas assuntos ligados ao amor, harmonia e beleza são muito pouco divulgados. Então haja sofrimento para os que sentem as dores dos outros.
Sei que na França este tipo de noticiário acontece rapidamente depois das 22 h. Por que não seguir o exemplo?

sábado, 10 de julho de 2010

A chupeta


Maria J Fortuna



- Quero meu pipo, gritava a criança no colo do irmão mais velho. - A barata fez coco nele todo, que pena... Olha!O menino grande apontava para o objeto em cima da geladeira. Pipo é nome de chupeta no nordeste. Especificamente no Maranhão.

- Pega ele! Gritava a criança, aumentando o volume de choro.

- Assim mesmo, cheio de coco de barata?

- Não! Não quero, gritava mais alto, a menina em desespero, decepcionada com o que via.

- Então deixa o pipo aí, falava o irmão mais velho.

- Mas eu quero! Insistia a menina.

- Cheio de coco de barata?

- Não quero não! Soluçava bem alto a criança.

Já estava roxa a pequena de tanto chorar e a vozinha já rouca. Até que começou a ficar com sono e se rendeu a ele, exausta.Ultimamente aquela cena era cotidiana. Hora de largar a chupeta. A mãe havia pingado cera de vela naquela borracha macia. E quando a repugnância venceu a vontade mastigar a chupeta , uma forte anorexia abateu a menina. Às vezes, comia arroz com manteiga. Era só. A enurese também se manifestou. Passava as noites dormindo em rede, com uma enorme bacia embaixo, para aparar o xixi noturno. A menina, às vezes, chegava a sentir a aquela aguinha morna saindo dela. Depois, ficava muito frio. Não havia Papai Noel que a fizesse parar de urinar na rede. Ela foi apelidada pelos irmãos de Maria Mijona.Foram momentos dramáticos aqueles! Mas o que é um pequeno objeto de satisfação oral para uma criança? Por que retirar daquela forma perversa seu primeiro deleite oral? Diversas vezes, Maria procurava sua chupeta camuflada e repelente. Havia um clima de sado-masoquismo no ar. Havia sempre espectadores na hora do suplício! Uns olhavam com cara de dó; outros de maldade mesmo. Alguns riam e outros tentavam confortar a menina.De qualquer maneira a garota parecia inconsolável, porque quem sempre a consolava era a chupeta.Eu disse quem porque aquele objeto de plástico, com uma borracha macia na ponta, representa para um número significativo de crianças , principalmente as mais solitárias, o substituto materno. A chupeta acaricia-lhes a língua, descobrindo o macio no céu da boca, onde maravilhosas cosquinhas embalam seus dentes recém-nascidos e lhes adoçam a saliva. Principalmente quando a mãe se declara “seca” e nunca lhes dá o seio. É como peixe que se contenta com aquário, quando na verdade amaria viver no oceano.A menina cresceu e ficou sabendo de como seu pipo foi sabotado. Mas era muito tarde! Aconteceram relacionamentos afetivos em sua vida, mas todos marcados pelo mesmo padrão – queria amar, mas repugnava o objeto de afeto. Era patético! Não sabia o que fazer para conservar seus relacionamentos. Teoricamente sabia o que estava acontecendo, mas não tinha sossego para ser feliz.Atração e rejeição simultâneas. Tocada por alguma coisa que não queria desenterrar e que lutava para emergir e era imediatamente sufocada. Mesmo que quando tocada por algo de bom que a memória aprova. Algo como o cheiro, a textura, o toque que dá sabor às coisas a sua volta. Imaginem... Todo o universo explodia em sua boca em ondas de prazer, trazendo o instinto de vida, e alguém diz que aquele objeto responsável por tanto aconchego, era uma coisa suja, fedorenta, atolada na podridão! Como lutar contra o sentimento de perda que se repetia invocando a perda original? Não havia, nem de leve, a consciência de que as perdas sempre trazem um ganho. Nem que seja este o preço do amadurecimento. Mas nada que nos empurrem goela abaixo pode ser bom.Agora estava ali, sem saber como sugar o leite da vida. Engolir a sensação de vômito no desejo do seio infectado. E retirar os lábios cheios de prazer, do mamilo contaminado por fezes de barata. Amar e rejeitar o objeto de afeto! Arranhando as seringueiras da vida que dão leite de borracha, querendo cuidar de uma gata prenha para ter prazer de ver os filhotes sugando-lhe as tetas. Com uma sensação de ausência, de buraco negro, de vertigem das alturas.Com sensação de infinita incompletude. Coisa esquisita o que uma chupeta com coco de barata é capaz de fazer com a gente...

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Anjinhos tecidos em fios de lã


Outro trabalho com o mesmo tema: O anjinho queria ser gente, agora com três anjinhos, desenhado por Maria J Fortuna e tecido por Lilian Azevedo

terça-feira, 6 de julho de 2010





Minha amiga Lilian Magalhães de Azevedo teceu este serzinho pensante, a partir da ilustração do meu livrinho infanto-juvenil O anjinho que queria ser gente. Quem estiver a fim de ler esta minha obra, é só enviar um email para mjfortuna@terra.com.br, ok?

sábado, 3 de julho de 2010

A "penetra"



Maria J Fortuna

Foi no tempo em que as inaugurações e outros eventos, não tinham segurança ou cerimonialista na porta, não exigindo maiores apresentações. Laura era vidrada em salgados e doces. Estava passando por alguns apertos financeiros. Ou seja, tinha que se conformar com a descolorida comida do pensionato onde morava, sem direito a sobremesa, sem frequentar confeitarias. Vinda de uma família mineira sem muita grana, mas tradicional, sempre tinha prato especial na mesa. Podia ser peru com farofa, rosbife com batatas fritas, pato assado, porco à pururuca, feijão tropeiro, vários tipos de suflês,etc E havia também sobremesas saborosas, como manjar de coco, doce de goiaba com queijo e sorvete com biscoitos de nata. Estava farta de arroz, feijão, bife e batata. Pegou mania de frequentar as tais inaugurações em Bancos e casas de comércio, que aconteciam naquela década de 70, em Belo Horizonte. E se deu bem.
A primeira, de que tomei conhecimento, foi quando voltava da aula de inglês na Savassi. De dentro do ônibus, viu um Banco em plena festa de inauguração na Av. João Pinheiro. Desceu do veículo mais que depressa. Subiu as escadas com sua calça jeans acompanhada de uma leve blusinha de seda, traje nada apropriado para o evento. Atravessou a porta do Banco, repleto de pessoas bem vestidas para a ocasião e foi direto para a mesa de comes e bebes. Pensou que não seria bom ficar ali parada, comendo sem parar aqueles deliciosos salgadinhos, e deu uma circulada no ambiente para não dar na pinta. Mas as pessoas estavam tão empolgadas com a celebração, que nem deram bola pra ela que, por sua vez, não estava nem aí para os olhares mais curiosos. De repente, uma moça se aproximou, confundindo-a com alguém que conhecia, e foi logo dando beijinhos em suas bochechas. Laura nem se alterou. Mostrou-se plenamente familiarizada com a figura até então desconhecida. Daí, outras pessoas se aproximaram e começaram um papo alegre com a moça, que àquelas alturas tomava a terceira taça de champagne.
A segunda cerimônia, em que nossa amiga entrou de penetra, foi no Tribunal de Alçada, na posse de três juízes. Ela havia sido enviada pela Firma, para apanhar alguns dados de um cliente quando, na sala ao lado, ouviu o burburinho de festa! Sem pestanejar, seguiu aquele agradável ruído e foi parar numa fila para cumprimentar os recém-empossados. Abraçou todos eles e seguiu o fluxo de pessoas, vestidas a caráter, para a sala ao lado. Nossa! Era felicidade demais! Aquela festa estava acontecendo bem na hora do almoço! Procurou a mesa de salgadinhos deliciosos e dali não saiu até que se fartou. Distribuiu sorrisos e beijinhos para vários convidados, não escondendo sua alegria! No percurso da mesa de salgados para a de doces, os garçons lhe ofereciam vinho ou refrigerante. Tomou “calcinha de nylon”, bebida muito comum na época, que ali, estava sendo preferida pelos cavalheiros. Fartou-se de “olhos de sogra”, “brigadeiros”, “queijadinhas” e outras delicias! Não voltou para o trabalho. Empolgada com a festa pegou um cineminha.
A terceira aconteceu quando ela entrou no elevador de um prédio onde trabalhava , na Rua São Paulo. Assim que o elevador subiu, sentiu o perfume inebriante de uma inauguração acontecendo... Era inauguração de uma sapataria. O ascensorista indagou-lhe se não ia descer no terceiro andar.
- Não. Fui convidada para a Inauguração! Respondeu ela determinada.
- Foi uma maravilha! Contou-me toda alegre. O dono da sapataria estranhou um pouco, mas aí eu lhe disse que estava representando meu grupo de trabalho na inauguração. Afinal somos vizinhos. Ele ficou satisfeitíssimo!
Bem, não vou mais contar outros e mais outros eventos em que Laura “penetrou” e se deu bem. Por ausência de notícias não sei como foram os seguintes.


Quem sou eu

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