domingo, 16 de setembro de 2012

Conexões


                                                                                                                                                            Maria J Fortuna


                    Em todas as direções, há conexão entre linhas de pensamento. Entre os caminhos, onde brotam ideias, sentimentos e sonhos. Hoje mesmo, estava lendo um artigo no jornal sobre a conexão Freud x Proust e a forma de como encaravam “o lago desconhecido” ( Le lac unconnu) . O primeiro com um ensaio científico; o outro filosófico. Por causa disso mesmo sinto a liberdade de pensar, agir, como coisa mais preciosa do nosso ameaçado reino existencial, onde o espirito do homem é feito de pedra e flor. E toda forma de conhecimento tem uma injução.
                    Nascemos meio santos, meio guerreiros, ambos sujeitos a grandes paixões!  E todo o trabalho de evolução humana é abrir a porta da luz  de um lado para apagar as trevas de nossa ignorância do outro, por mais arrogantes que sejamos.
                    Graças a essa grande teia de conexões, no jogo de luz e sombra, resistimos, algumas vezes, à brutalidade que vem desde os tempos mais remotos, das civilizações dos que caminham sobre a Terra. Volta e meia temos uma recaída em nosso lado mais obscuro.  Por uma sutil provocação contra nossos valores e crenças, engrossamos as fileiras na violência do ódio destrutivo, como ocorre no Oriente Médio.
                    No mesmo jornal, li sobre o pensamento do filósofo contemporâneo Michael Shermer, afirmando que a causa das desgraças da humanidade são as religiões e que a salvação está na ciência, que vai responder todas as nossas perguntas... Será?   Gostaria de saber como Shermer chamaria a perplexidade do ser humano diante de uma obra de arte. E como chamaria o sentimento que toma posse da gente, quando escutamos uma música que nos faz derramar lágrimas? E aquilo que nos faz estremecer quando vemos o ser amado, chamaria do que? Tudo é Química, como dizem os jovens de hoje? Que nome daria a esse conhecido tão Desconhecido? Considerar esse Terceiro Incluído é o novo paradigma defendido pelo revolucionário e jovem americano Ken Wiber em suas obras. Eu li O olho do Espirito. 
                    A ciência sectária parece-me tão pouco explicativa quanto a religião que não religa. Onde fica a relatividade de todas as coisas? Por que para viver a ciência temos que negar o que nos traz a fé?
                    Enfim, a diversidade de ideias, posturas, inclinações existem e sempre existirão durante a nossa curtíssima estada na Terra. É como se fizéssemos parte de um bordado com linhas das mais matizadas. Quantos tons de cada cor? Quantos sons em cada som? 
                    A esperança é que outras conexões não param. Até que a luz penetre na obscuridade de cada um.

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