Estar diante
de obras não figurativas gera-me, a principio, sentimento de estranheza. Não me é fácil entrar em contato com o
abstrato em qualquer arte, se não for pelo caminho do sentir. Como neófita
nesta aventura, primeiro absorvo o impacto, em seguida a percepção das formas,
das cores e finalmente a harmonia do todo, que considero a essência da
pintura. Ai as coisas vão se acomodando
dentro de mim, familiarizando-se com os sentidos, entrando em comunhão, sendo
tocadas pela alma. Assim ocorre cada vez
que me sinto desafiada nesse sentir do que se passa numa tela abstrata, no que
o autor quis dizer, o significado das pinceladas que não obedecem a um modelo. Assim foi quando passei a observar as telas
de Tânia Veiga.
Levei em conta o que diz JC Guimarães: “Compete
à pintura, enquanto arte do sentido da visão, explorar todos os recursos
existentes de expressão de que dispõe. Como, aliás, faz a música com as notas, para
o ouvido”. Percebo que este também é um dos caminhos pelos quais percorro
quando me coloco frente ao desconhecido.
“São formas orgânicas que não se definem, tentando construir e desconstruir confunde o observador, com formas simples e traços indefinidos. Nele a transparência aparece, confundindo fundo e imagem. As cores em tons neutros terrosos e pouco luminosas se superpõem, revelado a rusticidade expressiva de sua obra”, alguém comentou na sua última Exposição.
Como amante da
musica das cores, sempre tive afinidade com tons pastel, cores discretas e
formas simples e transparentes. Encontrei
nas obras desta pernambucana que vive no Rio de Janeiro desde 1977, forma delicada
de pintura abstrata que, por causa disto, passa em seus trabalhos sentimento de
indispensável harmonia e leveza! Não dispensando cores fortes para algumas de suas obras com formas geométricas e outras com alegre colorido.
“A artista,
sempre em busca da beleza plástica, ao mesmo tempo primitiva, percorre o
universo das cores, tentando nutri-las com mistura e superposições”, alguém
assim interpretou sua obra.
Como desde
cedo, manifestou seu amor à arte, tintas e pincéis, sempre fizeram parte do seu
cotidiano da artista.
Além da
pintura, Tania, estudou restauração, na Universidade Santa Úrsula. Trabalhou
como estilista de moda durante vinte e cinco anos. Paralelo a este trabalho,
fez vários cursos de artes visuais, tais como: cerâmica, modelo vivo, historia da arte e pintura livre. Teve como
orientadores: João Magalhães, José
Maria, Jean Guido, Nelson Lermer, Luiz Ernesto frequentando a Escola de Artes
visuais do Parque Lage
Dá gosto
contemplar as obras de Tânia Veiga, sem pressa... Ela traz certamente essas cores e formas, para suas telas, em decorrencia do seu estreito contato com a Natureza!
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