sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Arrogância


Maria J Fortuna

Concordo, plenamente, que a arrogância se deve ao pecado original. A partir daí, o caos se estabeleceu e o espírito do belo anjo Lúcifer passou a perturbar os que vivem na Terra. A unidade com o Criador foi rompida e continua a fazer vítimas na figura dos ditadores do mundo! A linha da vida, que leva à infinitude, se partiu em vários pedaços e ficou cheia de pequenos nós, acrescidos de cerol - aquele grude de tapioca, com vidro esmagado, feito para cortar a linha dos papagaios. Assim acontecem, aqui e ali, as tentativas de corte aos vôos das utopias, ideais e sonhos dos que tem nostalgia da unidade perdida.
Na convivência do dia a dia, quando o ser humano se torna arrogante, empina o nariz e, numa postura de peito de pombo nem sempre visível, acha que pode gritar em alto e bom tom, o que lhe vem à cabeça, às pessoas mais tímidas e retraídas. Não interessa o que tem a dizer essas pessoas.
Pisar no pé de um arrogante é coisa muito séria porque, apesar de sua resposta ser sempre previsível, o interlocutor nem sempre está preparado para segurar o bafo azedo de agressividade que o atinge como terremoto e não dá espaço para explicações. Afinal ele tem sempre razão.
A marca registrada dos grandes Mestres tem sido a serenidade. São tolerantes diante da ignorância humana. Sabem que não sabem e não tem o mínimo interesse de coibir quem quer que seja.
Perdi um grande amigo que se dizia meu irmão, por causa do seu estado de arrogância, na ocasião em que nos vimos envolvidos num conflito. Por duas vezes ele, de forma prepotente, disparou contra mim palavras pesadas, mal cheirosas, destemperadas , que eu não consegui revidar. Apesar de amá-lo muito, não tentei uma reconciliação, porque passei a não suportar seus ataques de demiurguice. Esta é uma forma de mostrar aos outros que são poderosos, escondendo dentro de si temor e insegurança. Apesar de que o arrogante sabe perfeitamente onde ele pode exercer o seu “poder” e, assim, ficar cada vez mais sozinho....

Um comentário:

Unknown disse...

Lucidez luminosa, apesar de ser uma expressão redundante, auxilia o que quero dizer como impressão minha do teu texto que acabo de ler, Maria.
Infinitude e arrogândia são contrários que não combinam mesmo. Infinitude é o espaço livre dos tolerantes, enquanto que a arrogândia é o tempo aprisionador dos possuidores de "demiurguices" ou daqueles que nem isso conhecem.
Obrigado pela oportunidade de tanta luz, que só incomoda a quem acostumou-se com trevas.
Paz e prosperidade.
João de Abreu

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