Esta poesia foi escrita, por mim, quando os pequenos russos de Beslan forma sacrificados em 2004, na invasão de um grupo separatista checheno. Igors, Natachas e Nadias, podem ser substituidos por Josés, Marias e Anas, crianças morenas, nossas crianças brasileiras. Não foram mortos por um grupo de fundamentalistas, mas por um homem só, em sua loucura. De qualquer forma as crianças deixaram esta vida sem nem saber porque...
Sinto muitíssimo!
Maria J Fortuna
Teus dias de arminho terminam em réquiem
O desafinado de um violino entristece os campos brotados
Flores que ainda não abriram
arrefecem ao som do horror
A cor da rosa do algodão doce esparramou-se no chão frio
O doce sorriso da criança não consegue apagar o fogo
Fogo que ameaça as borboletas que colhem o mel de suas vidas
O sonho azul dos meninos desfaleceu ao barulho das escopetas
A trança da infância respingada de sangue envergonha o mundo adulto
desenrola o tapete que leva ao caminho do coração
Deixa que esta lágrima de morte faça aflorar a consciência do mundo
Igors, Natachas, Nadias famintas
Pequeninos e louros meninos sedentos mostram-se ao mundo pasmo diante de tal tragédia
A imagem da Beleza ferida unida aos santos inocentes
Homens e mulheres
desprotegeram as crianças
Homens e mulheres mataram os anjinhos russos
Homens e mulheres envergonharam o mundo
Apesar de tal ultraje, criança só tua doçura pode esmagar a guerra!
Nenhum comentário:
Postar um comentário