Maria J Fortuna
O convite apareceu de supetão: - Mãe, você quer ir à Eurodisney? Convite meio que fora do roteiro de viagem... Lembrei-me de Ariano Suassuna que detesta Mickey. Não sabe por que tanta gente se empolga para ver um rato. Mesmo admirando muito o nacionalismo do velho mestre, topei! Já que estávamos em Paris, que é um caso à parte...
Confesso que aquele desvio nos propósitos culturais da viagem foi um toque de despertar, como se uma varinha mágica tocasse minha memória adormecida dos fatos da infância. Lembrei-me daquela foto que tanto havia me despertado admiração e inveja, quando eu tinha meus quatro anos: uma prima mais velha com o Mickey, do seu tamanho, numa das ruas do Rio de Janeiro. Eu perguntava a minha tia: - Mas ela encontrou com Mickey mesmo? E a tia não só afirmava, como fantasiava em cima, causando-me um desejo enorme de ir para aquele lugar mágico , encontrá-lo também. Quer ver que é por isso que lá é cidade maravilhosa, pensava eu.
Então fomos nós: eu, minha prima da minha idade, com fibromialgia sem crise, e a filha que me propôs o passeio. Eu iria desde que não participasse daqueles brinquedos malucos, que acabam com o coração de uma sexagenária.
Centenas de crianças, em sua maioria loirinhas e japonesas, desfilavam com seus pais pelas ruas estreitas da cidade encantada. Havia pequenas filas para que a gente participasse dos brinquedos. E olha, fiquei maluca com a gruta de Peter Pan, onde parecia que estávamos voando num céu muito estrelado, e a gente ouvia uma música muito suave... A casa da Branca de Neve e, principalmente, a gruta dos Piratas do Caribe, onde o carrinho em que estávamos despencou lá de cima e caiu n´água! Comprei uma foto bizarra da gente gritando, com olhos esbugalhados de susto, batida exatamente no momento da queda. Puxa, a foto foi bem salgada no preço, mas até o fim dos meus dias vou rir daquelas caras, que na verdade são coroas. Valeu a pena...
Rodamos numa xícara gigante, navegamos numa embarcação que nos permitia ver figuras do mundo Disney às margens do rio e passeamos de carrossel. E, pasmem, procurei por Mickey, o rato sem graça de Suassuna, por todos os lados, porque queria tirar uma foto com ele. Acabei encontrando o Pateta que, como Jô Soares, sempre me despertou a seguinte questão: Por que Pluto, sendo tão cachorro quanto Pateta, não se veste como ele? Lá estava a figura do cachorrão autografando e pousando com crianças e adultos. Então tiramos a foto.
O ponto alto do passeio foi assistir ao desfile dos personagens. Ah! Que coisa mais linda! Todos eles estão ainda vivos no meu imaginário infantil: Cinderela, Branca de Neve, Peter Pan, Os três porquinhos, o gato do sorriso de Alice, etc. Um suspiro vindo lá do coração provocou-me o surgimento de algumas lágrimas que eu, bem escondidinha na multidão, limpava, rapidamente, com a costa das mãos, para não perder o desfile...
O convite apareceu de supetão: - Mãe, você quer ir à Eurodisney? Convite meio que fora do roteiro de viagem... Lembrei-me de Ariano Suassuna que detesta Mickey. Não sabe por que tanta gente se empolga para ver um rato. Mesmo admirando muito o nacionalismo do velho mestre, topei! Já que estávamos em Paris, que é um caso à parte...
Confesso que aquele desvio nos propósitos culturais da viagem foi um toque de despertar, como se uma varinha mágica tocasse minha memória adormecida dos fatos da infância. Lembrei-me daquela foto que tanto havia me despertado admiração e inveja, quando eu tinha meus quatro anos: uma prima mais velha com o Mickey, do seu tamanho, numa das ruas do Rio de Janeiro. Eu perguntava a minha tia: - Mas ela encontrou com Mickey mesmo? E a tia não só afirmava, como fantasiava em cima, causando-me um desejo enorme de ir para aquele lugar mágico , encontrá-lo também. Quer ver que é por isso que lá é cidade maravilhosa, pensava eu.
Então fomos nós: eu, minha prima da minha idade, com fibromialgia sem crise, e a filha que me propôs o passeio. Eu iria desde que não participasse daqueles brinquedos malucos, que acabam com o coração de uma sexagenária.
Centenas de crianças, em sua maioria loirinhas e japonesas, desfilavam com seus pais pelas ruas estreitas da cidade encantada. Havia pequenas filas para que a gente participasse dos brinquedos. E olha, fiquei maluca com a gruta de Peter Pan, onde parecia que estávamos voando num céu muito estrelado, e a gente ouvia uma música muito suave... A casa da Branca de Neve e, principalmente, a gruta dos Piratas do Caribe, onde o carrinho em que estávamos despencou lá de cima e caiu n´água! Comprei uma foto bizarra da gente gritando, com olhos esbugalhados de susto, batida exatamente no momento da queda. Puxa, a foto foi bem salgada no preço, mas até o fim dos meus dias vou rir daquelas caras, que na verdade são coroas. Valeu a pena...
Rodamos numa xícara gigante, navegamos numa embarcação que nos permitia ver figuras do mundo Disney às margens do rio e passeamos de carrossel. E, pasmem, procurei por Mickey, o rato sem graça de Suassuna, por todos os lados, porque queria tirar uma foto com ele. Acabei encontrando o Pateta que, como Jô Soares, sempre me despertou a seguinte questão: Por que Pluto, sendo tão cachorro quanto Pateta, não se veste como ele? Lá estava a figura do cachorrão autografando e pousando com crianças e adultos. Então tiramos a foto.
O ponto alto do passeio foi assistir ao desfile dos personagens. Ah! Que coisa mais linda! Todos eles estão ainda vivos no meu imaginário infantil: Cinderela, Branca de Neve, Peter Pan, Os três porquinhos, o gato do sorriso de Alice, etc. Um suspiro vindo lá do coração provocou-me o surgimento de algumas lágrimas que eu, bem escondidinha na multidão, limpava, rapidamente, com a costa das mãos, para não perder o desfile...
Um comentário:
Que delícia que acabei de ler: Mariinha emocionada ao voltar a ser criança num parque em Paris... amiga, não há como deixar de não vibrar numa Disney... Não há... Eu vibrei com esta bela crônica de hoje...
Parabéns. Felcidades.
Norália
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