Maria J Fortuna
Concordo
plenamente que a arrogância deve ter sido o pecado original relatado pela Bíblia.
A partir daí o caos se estabeleceu e o espírito
do belo anjo Lúcifer passou a perturbar os que vivem na Terra. A unidade com o
Criador foi rompida e continua a fazer vitimas na figura dos ditadores do
mundo! A linha da vida que leva à
infinitude se partiu, em vários pedaços, e ficou cheia de pequenos nós, acrescido
de cerol - aquele grude de tapioca com vidro esmagado feito para cortar a linha
dos papagaios. Assim acontecem. Aqui e
ali, as tentativas de corte aos voos das utopias, ideais e sonhos dos que tem
nostalgia da unidade perdida. A arrogância é amiga da intolerância que é amiga
do preconceito. Daí as grandes guerras pessoais e coletivas. É o que está
ocorrendo no Irã de hoje, por exemplo. E sempre foi e será assim, até que a consciência
humana encontre lucidez e respeite a liberdade de viver e agir do outro com sua
verdade, pois todos nós estamos em construção.
Desafio é ter
que lidar com um chefe, colega ou subalterno arrogante, para os que trabalham
em empresas, principalmente. Na
convivência do dia a dia, quando alguém se torna arrogante, empina o nariz e, numa
postura de peito de pombo nem sempre visível, acha que pode gritar em alto e
bom tom, o que lhe vem à cabeça, às pessoas mais tímidas e retraídas. Não interessa o que tem a dizer essas pessoas,
afinal ele tem sempre razão.
Pisar no pé de
um arrogante é coisa muito séria porque, apesar de sua resposta ser sempre
previsível, o interlocutor nem sempre esta preparado para segurar o bafo azedo
de agressividade que o atinge como terremoto e não dá espaço para explicações.
Afinal deu, a si mesmo, autoridade para criticar o outro como bem entende, sabe
de tudo e nega o que desconhece antes de se inteirar do assunto. Ou seja, nega
o que o outro tem como verdade para si, muitas vezes usando ironia para
criticá-lo.
A marca registrada dos grandes
Mestres da humanidade tem sido a serenidade.
São tolerantes diante da ignorância humana. Sabem que não sabem e não
têm o mínimo interesse de coibir quem quer que seja. Ou impor seus conhecimentos.
Ao contrário do arrogante que não
sossega enquanto não “derruba a opinião” alheia no sentido de ter ele sempre
razão. E fica pra sempre grávido da sua razão.
Perdi um
grande amigo que se dizia meu irmão, por causa do seu estado de arrogância, na
ocasião em que nos vimos envolvidos num conflito. Por duas vezes ele, de forma prepotente, disparou contra mim palavras
pesadas, mal cheirosas, destemperadas que eu não consegui revidar. Apesar de
amá-lo muito, não tentei uma reconciliação porque passei a não suportar seus
ataques de demiurguice. Esta é uma forma
de mostrar as outras que são poderosas
escondendo dentro de si temor e insegurança. Apesar de que o arrogante sabe perfeitamente onde ele pode exercer o
seu “poder” e ficar cada vez mais sozinho.... É uma situação intolerável!
3 comentários:
Beatriz Campos, por email
Parabéns querida, adorei sua crônica.
O duro é saber que estamos cercados por pessoas assim, porque a convivência é muito difícil.
Mas a indiferença é o melhor remédio que podemos usar, e que o arrogante, certamente, não suporta tomar!!!!
Beijos, Beatriz
Isso não quer dizer que em aguns momentos não somos arrogantes.
Zulêde Mesquita Feitosa, por email:
É com grande prazer que compartilho a resposta de uma amiga sobre a crônica "Arrogância". Ela escreveu: Sensacional!! O início , então, maravilhoso!
Existem mil modos de sermos arrogantes, alguns até bem sutis. Que possamos não sê-lo de modo nenhum. Respeitemos e poupemos aos outros dessa
nossa agressão desmedida e sem noção. E nos afastemos desse tipo de barulho, pois não temos que ser a latrina alheia, tanto quanto os outros não têm que ser a nossa.
Postar um comentário