Foto de Gill Taylor
Maria J Fortuna
Passando por algumas prateleiras da livraria mais próxima, dei com a capa de um livro cujo título me chamou atenção: "A cientista que curou o próprio cérebro". Preocupada com a onda de esquecimento que assola a mim e a meus contemporâneos, fiquei curiosíssima! Depois me inteirei: Trata-se de Jill Taylor, escritora, que sofreu um derrame e perdeu as funções do lado esquerdo do cérebro. Levou oito anos para se recuperar e está completamente normal. Por coincidência, hoje, abri o site da Globo News e dei com uma entrevista dela, falando sobre o assunto. Vide http://globonews.globo.com/Jornalismo/GN/0,,MUL1473009-17665-314,00.html O que me impressionou, e muito, foi que a médica perdeu toda a capacidade de criar e descodificar sons e desenvolver a linguagem. Não mais retinha informações. Perdeu o significado das palavras, a vivência do passado e as aspirações do futuro. Vivia apenas o tempo presente que, naquelas circunstâncias, parecia o paraíso, pois perdendo a noção do próprio corpo, flutuava na bem-aventurança. Experimentando um profundo sentimento de paz e felicidade, teve dificuldades para, com a ajuda incansável da mãe, voltar a fazer conexões com o lado esquerdo do cérebro, que a restituiria ao mundo exterior.Andei pensando... Como deve ter sido boa a experiência de não preocupação com o futuro, nem com as nossas famosas escavações no passado, cheio de culpas e arrependimentos. Jill fala que se sentiu como pura energia e que deixou o sentimento egoísta de pertencer somente a si mesma, para interagir com outras energias, sentindo-se parte da grande família humana. Ou seja, ela conseguiu chegar ao nirvana que tanto procuramos, levada por circunstância completamente inesperada! Ela concorda que existe um lugar no cérebro que podemos acionar e sentir esta conexão. Com certeza, a nossa educação religiosa é a grande responsável pela dificuldade de autoconhecimento. Reconhecendo esta Energia, que pode ser conectada no núcleo do nosso ser, há o despertar, há a experiência da compaixão por todos os seres e a consciência de nossa limitada existência no planeta. Tudo isto foi sentido pela médica, que está plenamente recuperada. Julgo seu depoimento de enorme importância, visto que a ciência não tem maleabilidade para admitir as coisas do desconhecido.Nesta área de silêncio absoluto, está o nicho de nossa alma e a comunhão com tudo. Na meditação, podemos chegar a este sentimento de unidade.Não é à-toa que Jill Taylor levou oito anos para regressar ao mundo exterior através de circuitos, ao longo do tempo. Lá, no lado direito do cérebro estava bom demais!
2 comentários:
Maria do Céu por email:
Querida Mariinha,
muito linda sua crônica sobre a Dra. Gill Taylor.
Chegou em um momento muito importante de minha vida.
Mas não é coincidência, e vocé sabe disto. Tudo faz parte de um imenso bordado que não nos é dado compreender inteiramente.
Obrigada!
Continue luminosa e "alumiante".
Carinho doCéu.
A amiga Vera Zuccari por email:
Querida Mariínha.Vai escrever bem lá na China. Estou ficando sua fã. Seu atual currículum é uma riqueza de alegrias variadas.Seguirei seu blog de perto.E os campos de flores...
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