Maria J Fortuna
Os pássaros... Sempre que penso neles, algo de muito especial acontece em meu coração: ele fica leve e com asas... Não é à-toa que os Sufis tem como símbolo um coração com asas. Às vezes, em meditação, eu me vejo agarrada em suas penas, voando rumo ao infinito! Nenhum ser me acalma mais e me deixa tão livre, em pensamento e sentimento, como esses anjos voadores, que tingem a natureza com suas cores e trabalham para que a beleza seja perene sobre a face da Terra!
Assim fui vê-los no Parc Oiseaux, em Dombes, nas proximidades de Lyon, onde assisti ao inacreditável show desses irmãozinhos de Francisco de Assis, que circulam sobre nossas cabeças.
Digo que, realmente, nunca havia visto pássaros livres, obedecendo a uma instrutora, que nos falava de cada uma de suas espécies. A plateia, em semiarena a céu aberto, estava repleta de criancinhas, na maioria loiras, que sacodiam os bracinhos e apontavam para elas com admiração e entusiasmo. No centro, uma jovem ao som adequado a cada ave, chamava por elas, que apareciam do nada e, em voo rasante, apresentando-se no exato momento em que eram chamadas e deixavam o palco por uma espécie de gruta imitando os bastidores, como fazem os atores.
Assim, boquiaberta, assisti a um dos maiores espetáculos que presenciei em minha vida! Gaivotas, pelicanos, colibris, águias, araras multicores, etc... e até urubus treinados, compareceram ao show de uma beleza incomparável! Tentei filmar, não deu. Mas aquele espetáculo é pra ser guardado na memória, ao vivo. Tipo as águas das grutas de Capri, onde um gondoleiro me falou que não fotografasse nada, porque nada iria reproduzir aquela beleza! Era hora da contemplação! E assim foi...
Eram seres voadores de todos os cantos do mundo! E as araras brasileiras estavam ali também. E foram as mais belas do espetáculo!
Um ponto de destaque: uma ave desengonçada que caminhava em direção à treinadora, ao som de uma música que lhe acentuava os hilariantes passos. Muito engraçado! Outro momento deslumbrante foi quando o céu ficou pontilhado de pássaros vermelhos, que sobrevoaram nossas cabeças formando um véu flutuante que subia e descia em direção ao centro,
onde estava a jovem que dirigia o espetáculo. E os urubus que, de repente, tornaram-se belos em sua negritude e bailaram como se fossem reis numa linda coreografia! Lembrei-me, imediatamente, da personagem do meu livro O pardalzinho desconfiado, onde o herói é um urubu. Na verdade, nunca achei esta ave feia. Nunca o achei mensageiro da morte,
mas um colaborador na limpeza das cidades. Depois, vieram as garças e cegonhas. Foram muitos os atores alados que nos deixaram comovidos e agradecidos por saber que eles existem.
Vou lhes revelar um segredo: desde quando eu era criança, uma forma de me acalmar e esquecer os problemas e descansar um pouco dos conflitos que a gente tece na vida, é imaginar-me escondida sob a plumagem de um pássaro, sentindo seu calor, respiração e batimento cardíaco. Muito louco né? Mas talvez seja a sensação de conforto que experimentamos no
útero materno. Nada é mais aconchegante do que as plumas e até o cheiro dessas aves! Fora o fato de podermos voar nesse refúgio... Depois, percorremos o Parque e visitamos outros seres alados que não participaram do show, dentre eles a coruja, que particularmente me encanta e que também faz parte da história do Pardalzinho. Como a harpia e o condor.
O bosque onde essas criaturinhas moram é muito belo também! Isto me faz ter muita vontade de rever toda essa maravilha!
Assim fui vê-los no Parc Oiseaux, em Dombes, nas proximidades de Lyon, onde assisti ao inacreditável show desses irmãozinhos de Francisco de Assis, que circulam sobre nossas cabeças.
Digo que, realmente, nunca havia visto pássaros livres, obedecendo a uma instrutora, que nos falava de cada uma de suas espécies. A plateia, em semiarena a céu aberto, estava repleta de criancinhas, na maioria loiras, que sacodiam os bracinhos e apontavam para elas com admiração e entusiasmo. No centro, uma jovem ao som adequado a cada ave, chamava por elas, que apareciam do nada e, em voo rasante, apresentando-se no exato momento em que eram chamadas e deixavam o palco por uma espécie de gruta imitando os bastidores, como fazem os atores.
Assim, boquiaberta, assisti a um dos maiores espetáculos que presenciei em minha vida! Gaivotas, pelicanos, colibris, águias, araras multicores, etc... e até urubus treinados, compareceram ao show de uma beleza incomparável! Tentei filmar, não deu. Mas aquele espetáculo é pra ser guardado na memória, ao vivo. Tipo as águas das grutas de Capri, onde um gondoleiro me falou que não fotografasse nada, porque nada iria reproduzir aquela beleza! Era hora da contemplação! E assim foi...
Eram seres voadores de todos os cantos do mundo! E as araras brasileiras estavam ali também. E foram as mais belas do espetáculo!
Um ponto de destaque: uma ave desengonçada que caminhava em direção à treinadora, ao som de uma música que lhe acentuava os hilariantes passos. Muito engraçado! Outro momento deslumbrante foi quando o céu ficou pontilhado de pássaros vermelhos, que sobrevoaram nossas cabeças formando um véu flutuante que subia e descia em direção ao centro,
onde estava a jovem que dirigia o espetáculo. E os urubus que, de repente, tornaram-se belos em sua negritude e bailaram como se fossem reis numa linda coreografia! Lembrei-me, imediatamente, da personagem do meu livro O pardalzinho desconfiado, onde o herói é um urubu. Na verdade, nunca achei esta ave feia. Nunca o achei mensageiro da morte,
mas um colaborador na limpeza das cidades. Depois, vieram as garças e cegonhas. Foram muitos os atores alados que nos deixaram comovidos e agradecidos por saber que eles existem.
Vou lhes revelar um segredo: desde quando eu era criança, uma forma de me acalmar e esquecer os problemas e descansar um pouco dos conflitos que a gente tece na vida, é imaginar-me escondida sob a plumagem de um pássaro, sentindo seu calor, respiração e batimento cardíaco. Muito louco né? Mas talvez seja a sensação de conforto que experimentamos no
útero materno. Nada é mais aconchegante do que as plumas e até o cheiro dessas aves! Fora o fato de podermos voar nesse refúgio... Depois, percorremos o Parque e visitamos outros seres alados que não participaram do show, dentre eles a coruja, que particularmente me encanta e que também faz parte da história do Pardalzinho. Como a harpia e o condor.
O bosque onde essas criaturinhas moram é muito belo também! Isto me faz ter muita vontade de rever toda essa maravilha!
3 comentários:
Mariinha, não fotografar por "ser hora de contemplação" escreveu você. Lendo sua crônica, certamente contemplei também, mas ficou a vontade danada de ver os pássaros de Dombes.
Desrcição de um espetáculo único.
Norália
Lindo texto, imagino que incrível o espetáculo; uma vez na França, vi um show com uma águia, também livre, como seus pássaros.
Bjs
Monica Puccinelli, por email
Amiga querida, li, voei nas asas da imaginação, acompanhando a sua rica visão, levando o leitor onde bom seria continuar, sempre voando, beijos
monica
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