Na década de 70 foi a primeira
vez em que ouvi falar a respeito de Nise da Silveira. Minha amiga atriz e bailarina,
Jacqueline Cavalcanti, que já está do outro lado da vida, admirava imensamente
essa psiquiatra que foi um marco no tratamento de doenças mentais. Nise
mergulhou fundo na alma dos seus pacientes e descobriu tesouros imensuráveis!
Muito deles revelaram-se grandes artistas plásticos e a arte terapia ganhou
corpo, quando o tratamento era à base de insulina e eletrochoques.
Tenho acanhamento em dizer que
trabalhei nove anos na Psiquiatria do PAM – Padre Eustáquio, em Belo Horizonte e, pouquíssimas vezes, Nise foi mencionada pela equipe médica, de
enfermagem e serviço social, como exemplo de mulher revolucionária e pioneira
no tratamento de pacientes, muito deles esquizofrênicos. Poucas vezes ouvi
falar sobre o Museu do Inconsciente, onde suas obras estão expostas aqui no Rio
de Janeiro.
Mas artistas são artistas e,
através do fio luminoso da sensibilidade, descobrem as expressões da alma e tem um
respeito, quase religioso, por figuras
como Emygdio de Barros e Raphael Domingues como enorme gratidão por essa mulher
extraordinária, que humanizou os manicômios onde trabalhou. Os artistas se
reconhecem.
Um olhar atento e carinhoso enquanto seu paciente trabalha
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